O Google anunciou no dia 15 de março a instalação de um novo cabo de dados submarino. Ele é composto de fibra óptica, e vai ligar o Rio de Janeiro a São Paulo. O projeto é gerenciado pelo Google em parceria com a Padtec. As empresas planejam finalizar a instalação e iniciar a operação do cabo no segundo semestre de 2017. Não foi informado o valor investido.
Chamado de Júnior, homenagem ao pintor e desenhista brasileiro José Ferraz de Almeida Júnior, a fiação terá cerca de 390 quilômetros. Sua construção será toda com tecnologia nacional. A Praia da Macumba, no Rio de Janeiro, será conectada a Praia Grande, na Baixada Santista. A instalação promete aumentar a qualidade da transmissão de dados no Brasil.
De acordo com o gerente de parcerias de desenvolvimento de infraestrutura de internet do Google para a América Latina, Cristian Ramos, o Júnior será usado para transmissão de dados dos serviços da própria empresa. “Temos um tráfego muito grande no Google, por isso precisamos construir cabos para transportar todo este conteúdo”, diz. Atualmente, a companhia utiliza o serviço de grandes operadoras.
“O Google não tem o intuito comercial de vender capacidade de transmissão pelo cabo submarino”, afirmou Ramos, em relação aos planos de oferecer serviços para outras empresas.
Rapidez para transferir grandes volumes de dados
O Júnior terá capacidade máxima de transmissão de 13 terabits por segundo (Tbps) – para efeito de comparação, a maior parte das conexões de banda larga fixa no Brasil têm velocidade entre 2 Mbps e 12 Mbps, segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
Os cabos submarinos permitem transmitir grandes volumes de dados entre data centers separados por grandes distâncias. Nesses casos, o uso de cabos terrestres é inviável, já que eles teriam que ser ajustados a diversas condições geográficas. Além disso, os cabos submarinos estão menos sujeitos a cortes.
O sistema será composto por oito pares de fibra óptica, três repetidores submarinos e vai se conectar com dois outros cabos do Google: o Monet, de 10 mil quilômetros de extensão, que ligará as cidades de Santos e Fortaleza a Boca Ratón, nos Estados Unidos; e o Tannat, que possui cerca de 2 mil quilômetros e se estende de Santos até Maldonado, no Uruguai.